ANTÔNIO DE AMORIM GARCIA
Antônio de Amorim Garcia nasceu
em Fortaleza no dia 2 de setembro de 1850, filho de José Gervásio de Amorim
Garcia e de Rita Antunes de Amorim Garcia. Logo após seu nascimento, a família
transferiu-se para Recife. Após a morte de seu pai em 1858, seguiu com a mãe
para Natal, onde passou a residir. Diplomado pela Faculdade de Direito do Recife
em 1873, nesse mesmo ano seguiu para a província do Rio de Janeiro, onde
deveria assumir a promotoria da comarca de Araruama. No entanto, preferiu
advogar no Rio de Janeiro, então capital do Império, na banca de Luís Antônio
da Silva Nunes, que fora presidente da Paraíba entre 1860 e 1861, e Paulino
José Soares de Sousa, filho de Paulino José Soares de Sousa, o visconde do
Uruguai, várias vezes ministro e último presidente do Senado no Império.
Foi eleito deputado provincial no
Rio Grande do Norte para a legislatura 1874-1875, pelo Partido Conservador, e
voltou a Natal apenas para tomar posse. Retornando às suas atividades no Rio de
Janeiro, acabou nomeado segundo delegado de Polícia na Corte em 1875, mas teve
de pedir exoneração para ficar à frente da banca de Luís Antônio da Silva
Nunes, uma vez que este havia sido nomeado para o governo da Bahia. No final de
1879 voltou a Natal, onde abriu sua própria banca de advocacia. Diretor geral
da Instrução Pública do Rio Grande do Norte em 1885 e delegado especial dos
Exames Preparatórios em 1886, tornou-se nos últimos anos do Império um dos
principais chefes do Partido Conservador na província, integrando a facção
conhecida como “grupo da Botica”, em referência ao lugar onde seus integrantes
se reuniam. Paralelamente à carreira política, tornou-se também, em 1888, um
dos redatores da Gazeta de Natal, função que exerceria até 1890.
Proclamada a República
(15/11/1889), foi nomeado chefe de Polícia do Rio Grande do Norte em 1890 e,
depois, diretor geral da Instrução Pública pelo governador Jerônimo Américo
Raposo da Câmara (1889-1890). Ainda em 1890, foi um dos fundadores e
redatorchefe do jornal Rio Grande do Norte, de oposição à corrente liderada por
Pedro Velho, principal liderança republicana do estado. O jornal circularia em
Natal até 1896. Em 15 de setembro de 1890, foi eleito deputado pelo Rio Grande
do Norte ao Congresso Nacional Constituinte. Assumiu sua cadeira em 15 de
novembro, participou da elaboração da Constituição promulgada em 24 de
fevereiro de 1891 e, na eleição para presidente da República realizada no dia
seguinte, deu seu voto ao marechal Deodoro da Fonseca, divergindo da posição
assumida por Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, chefe do Partido Republicano
no Rio Grande do Norte, e José Bernardo de Medeiros, líder da região do Seridó.
Em março de 1891, em oposição a essas lideranças e em sincronia com a política
do ministro da Fazenda, Henrique Pereira da Lucena, o barão de Lucena, apoiou a
nomeação de Francisco Amintas da Costa Barros para o governo do Rio Grande do
Norte e a eleição em junho seguinte, pelo Congresso Constituinte, de Miguel
Castro para governador. Exercendo desde junho de 1891 o mandato ordinário na
Câmara dos Deputados, foi escolhido um dos secretários da Mesa da Câmara. Em 1893,
votou contra o estado de sítio. Em oposição tanto ao governo federal quanto ao
estadual, não seria reeleito. Ingressando no Partido Republicano
Constitucional, candidatou-se novamente à Câmara em 1899, mas foi derrotado.
Abandonando a política, em 1900 foi nomeado juiz federal substituto no estado
do Ceará.
Escreveu diversos artigos que
foram publicados no jornal carioca A Luz e vários editoriais para o Correio de
Natal. Foi ainda correspondente do Jornal do Comércio do Rio de Janeiro.
Faleceu em Fortaleza em 27 de maio de 1913
Renato Amado Peixoto FONTES:
CONS. JUST. FED. Repertório; NOBRE, F. 1001 cearenses; SOARES, A. Dicionário;
STUDART, G. Dicionário.
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